O Sindicato, através da presidenta Deise Medeiros, chamou a atenção de todos para pontos “inconsistentes e/ou nebulosos” da peça orçamentária no que diz respeito a temas caros ao funcionalismo, como o PAS-JF, os benefícios ao trabalhador e a realização de concursos públicos.

      Problema 1: O orçamento prevê um aporte anual de R$ 4.048.693,44 para o PAS-JF, o Plano de Saúde do Servidor – Ou seja, os mesmos R$ 337.391,12 mensais destinados hoje. Ao mesmo tempo, a previsão da contribuição dos servidores para o fundo de assistência médica aumenta de R$ 33.917.658,78/ano (atual) para R$ 49.948.872,01/ano em 2026 – o que representa um aumento de 32% na contribuição do servidor.

Para o SINSERPU-JF, Os números demonstram que a recuperação do PAS não está nos planos da PJF.

“Nos assusta constatar que a PJF não está preocupada e empenhada. Passa a impressão que a Prefeitura quer transferir para o servidor o ônus do reajuste, sem aumentar correspondentemente o aporte da própria gestão”, afirmou Deise Medeiros

Antes da Audiência (que discutiu além do Orçamento 2026 o PPA/Plano Plurianual 2026-2029), em texto publicado nas suas redes de comunicação, o SINSERPU-JF informou que o

Grupo de Trabalho (GT) que estuda saídas para o PAS-JF “estima que o plano necessita de uma receita total de aproximadamente R$ 96 milhões/ano (R$ 8 milhões/mês) para se recuperar financeiramente. Com as projeções atuais da LOA, mesmo com o aumento da contribuição dos usuários, a receita total atingiria apenas R$ 53.997.515,45, mantendo um déficit de R$ 42 milhões”.

Na Audiência, questionados sobre o “rombo” atual do PAS-JF, a secretária municipal de Fazenda, Fernanda Finotti, tergiversou e o secretário municipal de Recursos Humanos, Matheus Jacometti, se limitou a repetir o que disse na recente Audiência Pública sobre o tema: “Que o valor (da dívida) e a matemática da possível viabilidade do Plano estarão no relatório final do GT”.

     Problema 2: Na peça orçamentária consta o valor de R$ 24.273.886,47 (cerca de R$ 2 milhões por mês) para ticket, gestão institucional e proteção de benefícios ao trabalhador – Mas não há qualquer especificação como esse montante será gasto, e o SINSERPU-JF vê necessidade de um detalhamento sobre quais benefícios e proteções estão contemplados nesse valor.

      Problema 3: Falta de transparência na especificação dos gastos previstos para formação de recursos humanos e concursos públicos – No papel, R$ 3.141.076,49 (cerca de R$ 260 mil mensais);

       Problema 4: A PJF destina, na proposta orçamentária, apenas R$ 100 mil para “reestruturação de cargos, carreiras e vencimentos em 2026” – Mas a Administração Municipal prometeu um impacto de R$ 2,5 milhões por ano para o ajuste do quadro dos servidores oriundos da AMAC. Ou seja, uma defasagem de 90% entre o previsto e o necessário.

Sobre isso, Matheus Jacometti informou que as questões dos funcionários remanescentes da AMAC “serão tratadas na Mesa de Negociações da Campanha Salarial 2026”.