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05/09/2025

Não prestação de contas sobre o PAS-JF é principal empecilho para discussão de uma solução para a crise CRISE – SINSERPU-JF aguarda relatório do GT para convocar assembleia

O fato da Prefeitura de Juiz de Fora não prestar contas sobre o PAS-JF é o principal empecilho para uma discussão efetiva de possíveis soluções para a crise do Plano de Saúde do Servidor. Esta é a opinião formalizada pelos dois representantes do SINSERPU-JF ligados ao tema. O Sindicato está no GT (Grupo de Trabalho), criado em junho, com outras entidades sindicais (SINAGUA, SENGE e SINPRO) e órgãos municipais (Secretarias de Governo e Recursos Humanos, Procuradoria Geral do Município e representantes das mantenedoras. E participa ativamente das reuniões. Um dos objetivos do GT é produzir um relatório sobre a situação, e tão logo este documento seja concluído o SINSERPU-JF vai convocar uma assembleia, para que os servidores discutam o texto.
“O problema é a ausência da prestação de contas. Sem isso não dá para debater nada, fazer projeções, cálculos, muito menos propor reajustes mensais. Tudo passa pela prestação de contas, pois é preciso saber como o recurso financeiro está sendo administrado, quanto se paga para hospitais, consultórios, clínicas, e entender onde está o gargalo e porque o dinheiro é insuficiente para cobrir todas as despesas”, diz o diretor financeiro do SINSERPU-JF, Alexandre Crepaldi “Chaves” – representante do Sindicato no Conselho de Gestão do Plano.
Weber Wagner, vice-presidente do SINSERPU-JF e integrante do Grupo de Trabalho (GT) criado para discutir saídas, defende uma “transparência radical” no assunto. “Todas as partes – gestão, servidores, entidades representativas e especialistas – devem ter acesso aos mesmos dados: a real situação financeira do plano, o mapa de custos, as projeções. Não se debate com base em suposições ou em versões editadas da realidade”, afirma.
O SINSERPU-JF vem cobrando há tempos essa transparência. “Desde a primeira reunião do atual Conselho Gestor do Plano, quando o secretário (de Recursos Humanos) era o Rogério de Freitas”, precisou Alexandre Crepaldi, que registra também sua “Inconformidade” com a “inoperância” da Câmara Municipal. “Há uma omissão generalizada. Está faltando boa vontade dos vereadores”, avalia.
Eles, os vereadores, a propósito, foram chamados para a discussão na histórica Assembleia de junho, que combateu firmemente a ideia da PJF de privatizar o Plano – um dos muitos eventos protagonizados pelo SINSERPU-JF em defesa do PAS-JF. Luta esta iniciada em abril de 2024, quando a atual diretoria do Sindicato assumiu e começou a alertar para a grave realidade do PAS-JF, denunciando o “desmonte” do Plano (com prejuízos visíveis e riscos a saúde dos cerca de 11 mil servidores e dependentes), participando de reuniões e cobrando soluções, transparência e repasses justos das mantenedoras.
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Veja abaixo a análise de Weber Wagner sobre o assunto
Do Imediatismo à Solidez: A Urgência do Diálogo Verdadeiro na Saúde do Servidor
A pressão por respostas rápidas é uma marca dos nossos tempos. No contexto da saúde do servidor público, essa demanda por soluções imediatas para problemas complexos e crônicos é um terreno fértil para armadilhas. O imediatismo, quando não é acompanhado de profundidade, oferece apenas ilusões de solução: são remendos que se desfazem na primeira chuva, são medidas paliativas que, não raro, agravam a doença do sistema a longo prazo.
A construção de soluções verdadeiramente duráveis para o tratamento das problemáticas da saúde do servidor exige um olhar oposto ao do imediatismo: exige paciência estratégica, planejamento meticuloso e, acima de tudo, diálogo verdadeiro.
O imediatismo nos leva a:
· Cortes cegos que restringem o acesso a procedimentos essenciais, confundindo economia com eficiência.
· Mudanças abruptas de operadoras ou modelos, sem um período de transição adequado, causando caos e insegurança nos usuários.
· Negociações truncadas e sob o calor da emergência, onde não há espaço para a criatividade financeira e técnica necessária.
· A superficialidade, tratando apenas os sintomas (o déficit financeiro) e nunca a causa raiz (a gestão de custos, a judicialização, o modelo de atenção).
O antídoto para o imediatismo não é a inação, mas a constância de um diálogo qualificado.
Um diálogo verdadeiro não é uma reunião ocasional ou uma campanha de ouvidoria. É um processo contínuo e estruturado, caracterizado por:
1. Transparência Radical: Todas as partes – gestão, servidores, entidades representativas e especialistas – devem ter acesso aos mesmos dados: a real situação financeira do plano, o mapa de custos, as projeções. Não se debate com base em suposições ou em versões editadas da realidade.
2. Escuta Ativa e Técnica: É preciso ouvir o servidor que sofre na fila do especialista, mas também ouvir o actuário que entende de risco, o economista que pode projetar cenários e o médico que conhece as melhores práticas em saúde suplementar. O diálogo verdadeiro une a experiência do usuário ao conhecimento técnico.
3. Corresponsabilização: Todos devem entrar na sala entendendo que são parte do problema e, portanto, devem ser parte da solução. Isso exige maturidade para abrir mão de posições radicais e buscar o terreno comum: a sustentabilidade do sistema para o bem de todos.
4. Compromisso com o Longo Prazo: O foco não pode ser a manchete do dia seguinte, mas o plano de saúde que queremos daqui a cinco ou dez anos. Esse diálogo deve construir um pacto em torno de um objetivo comum, que sobreviva a mudanças de gestão e a ciclos políticos.
A solução duradoura para o PAS-JF, ou para qualquer plano de saúde do servidor, não será encontrada em uma canetada ou em uma medida heroica e isolada. Ela será forjada na mesa de conversação, no debate incessante, técnico e democrático.
A verdadeira urgência, portanto, não é a de impor uma solução rápida, mas a de iniciar imediatamente um processo de diálogo verdadeiro. É um contrassenso buscar respostas velozes para questões que foram a décadas se avolumando. A durabilidade nasce do processo, não do decreto. É tempo de trocar a ânsia pelo imediato pela coragem de construir o sólido. A saúde de quem serve à população merece esse cuidado e essa profundidade.

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