SINSERPU-JF denuncia omissão da Prefeitura frente à onda de violência contra profissionais de saúde  

Na noite desta terça-feira (12), Juiz de Fora registrou mais um episódio de agressão contra profissionais que atuam na saúde. Desta vez, uma técnica de enfermagem foi ameaçada na UBS do Bairro Vila Ideal por uma usuária que, em tom de intimidação, chegou a citar que as próprias filhas iriam agredir a profissional. A PM foi acionada e o diretor de Saúde do SINSERPU-JF, Anderson Luiz Gonçalves “Andinho” esteve no local para prestar assistência à servidora.

A escalada de violência contra técnicos, enfermeiros e médicos que atuam nas unidades de saúde em Juiz de Fora foi tema de uma reunião do Conselho Municipal de Saúde realizada na última quinta-feira (7). Entre os presentes, estava o diretor Andinho, que criticou a ausência de um representante da Administração Municipal no encontro. “A Prefeitura se cala enquanto gritamos por segurança”, lamentou. “Não há como avançar sem o governo municipal. Ele precisa apresentar propostas urgentes”.

Andinho relatou outros fatos recentes que demonstram a insegurança dos profissionais de saúde em seus locais de trabalho. “Além da médica que levou uma pedrada no Bairro Furtado de Menezes, já houve tiros na UBS Vale Verde, depredação na unidade da Vila Esperança e um médico chegou a ser ameaçado e agredido em Santa Luzia”, lamentou..

“Antes eram insultos, agora partem para a agressão física. Profissionais que salvam vidas estão com as suas em risco”, denunciou. “Tivemos ainda o caso de uma técnica de enfermagem que foi agredida na UBS do Retiro e a PM foi acionada. Quando os policiais chegaram lá, eles deram razão à agressora, culpando a vítima pelo ocorrido”.

A agressão contra técnicos e enfermeiros é um problema tão sério e recorrente que o Conselho Federal de Enfermagem (Confem) divulgou no mês passado uma alerta, informando que quase toda a categoria “já sofreu, pelo menos uma vez, violência durante o ofício” – desde agressões verbais até físicas. Como profissionais que estão na linha de frente na assistência à saúde da população, essa situação deveria também ser considerada um problema de saúde pública. Diante desse cenário, o dirigente sindical salientou que é inaceitável a morosidade da atual gestão. “Não recuaremos. Trabalhadores estão adoecendo, e a situação se agrava diariamente. O que estão esperando para que providências sejam tomadas? Não podemos sair de casa para salvar vidas e colocar as nossas em risco!”

Enquanto a administração municipal se omite, o SINSERPU-JF convoca a categoria e a população a pressionarem por políticas de proteção. A crise, já exposta até em rede nacional, na reportagem do Fantástico exibida neste domingo (10), exige ações urgentes – tanto por parte do Executivo, quanto do Legislativo. “A cada dia, saímos de casa com medo. Exigimos que a Prefeitura se sente conosco e apresente um plano concreto. Segurança não é um favor, é um direito!”, declarou Anderson.

Diante dos fatos, a presidenta do SINSERPU-JF, Deise Medeiros, informou que o sindicato protocolizará uma denúncia formal no Ministério do Trabalho sobre a violência a que estão submetidos os servidores da saúde pública municipal. “Também estaremos organizando outras ações, como forma de conscientização sobre as responsabilidades que o ente público tem para com os servidores”, acrescentou Deise.