Secretário de Governo age com autoritarismo e ameaça viabilidade do GT-PAS, denuncia SINSERPU-JF

A segunda reunião do GT (Grupo de Trabalho) do PAS-JF (Plano de Assistência à Saúde do Servidor Público de Juiz de Fora), realizada na quarta-feira (26/06), foi palco de tensões graves e atitudes autoritárias por parte do secretário de Governo da Prefeitura, Ronaldo Júnior, conforme denúncia veemente da presidenta do SINSERPU-JF, Deise Medeiros. Ela ressaltou que o secretário está agindo de forma “intransigente e autoritária”, violando frontalmente uma decisão soberana tomada em assembleia pelos servidores, realizada no último dia 10 (foto). O ponto central do conflito foi a tentativa do Ronaldo de limitar a participação dos sindicatos no GT, impondo apenas um representante por entidade, contrariando a deliberação definida em assembleia que garantia dois representantes – um do Conselho de Gestão do PAS-JF e outro dos Sindicatos. “Nós não vamos aceitar isso. Fizemos uma Assembleia e ela foi legítima”, afirmou a dirigente, com indignação.

Risco ao PAS e às 11 mil vidas
Deise alertou que a postura do secretário Ronaldo tem um objetivo claro: inviabilizar o próprio GT-PASJF. “Quero salientar que essas medidas só sinalizam para nós que a proposta real do secretário é inviabilizar o GT. Ele, tomando essas medidas autoritárias e agindo dessa forma, pode estar levando à inviabilidade do GT e isso coloca em risco as 11 mil vidas e a própria sustentabilidade do PAS”, declarou a presidenta. O SINSERPU-JF e o SINAGUA defenderam a presença do suplente como essencial para a continuidade e qualidade dos debates.

O clima durante a segunda reunião do GT PAS-JF foi extremamente tenso. Um dos pontos mais críticos foi a discussão sobre o número de representantes sindicais permitidos. Enquanto os sindicatos defendiam a presença de dois membros — um representante dos Sindicatos e outro do Conselho de Gestão do PAS-JF, conforme deliberação em assembleia —, o secretário Ronaldo manteve posição intransigente, insistindo em apenas um representante por entidade, o que não obteve consenso. O SINSERPU-JF e o SINAGUA argumentaram que a participação do suplente era essencial para garantir continuidade nos debates.

Além do embate sobre a representação sindical, a postura ríspida do secretário foi atribuída por alguns presentes à manifestação dos médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Juiz de Fora, que ocorria em frente à sede da Prefeitura, em protesto contra a agressão sofrida por uma profissional da saúde dentro de uma UBS da cidade.

Transparência e reestruturação em andamento
Em meio aos conflitos, houve avanços na demanda por transparência. O secretário de Recursos Humanos, Matheus Jacometti, apresentou planilhas do PAS e atendeu a pedidos dos sindicatos, como a disponibilização futura da listagem de contratos da CIA Saúde e de home care. Jacometti também detalhou medidas de reestruturação financeira, incluindo o fechamento de contas do PAS para tratar débitos como dívidas negociáveis, visando reorganizar o caixa e conter déficits herdados. “A medida busca garantir maior transparência, estabelecendo valores de aporte que sustentem a manutenção do plano”, explicou.

Próximos passos
Os sindicatos se reunirão internamente na próxima semana para analisar os documentos recebidos. Na quarta-feira (02/07), o GT PAS-JF se reunirá novamente para um exercício com simulador de propostas, visando avaliar mudanças nas regras do plano. O SINSERPU-JF reafirmou seu compromisso inegociável com a defesa dos servidores e repudiou qualquer tentativa de limitar sua participação legítima no GT, essencial para o diálogo e a sobrevivência do PAS. A diretoria do sindicato permanece vigilante e mobilizada contra atitudes que coloquem em risco a saúde e os direitos dos servidores públicos de Juiz de Fora.