Assembleia dos Agentes de Atendimento ao Público, com indicativo de paralisação, será na terça-feira
O SINSERPU-JF convoca os agentes de atendimento ao público para uma Assembleia extraordinária específica da categoria, com indicativo de paralisação. Será na terça-feira (15 de abril), na sede do Sindicato (Rua São Sebastião, 780, Centro), às 18h – segunda e definitiva chamada às 18h30.
Constam na extensa pauta da Assembleia:
1. Ajuste da pauta negocial específica;
2. Debate e análise sobre os impactos na implementação da redução da jornada dos servidores da PJF;
3. Definição de estratégias e encaminhamentos para negociação com a administração;
4. Melhorias nas condições de trabalho;
5. Chamamento e eleição da Comissão Interna da carreira dos AAP;
6. Discussão sobre o papel da comissão;
7. Nomeação e votação dos representantes;
8. Aprovação das deliberações;
9. Definição de próximos passos e data para retorno à assembleia (se necessário).
Veja, a seguir, algumas observações sobre a realidade atual dos agentes de atendimento ao público:
Prefeitura condiciona adicional PPE a trabalho extra, e AAPs denunciam coerção para manter renda
Servidores relatam que a PJF exige atividades além da jornada regular para liberar benefício, em meio a salários defasados
Os Agentes de Atendimento ao Público (AAPs) de Juiz de Fora enfrentam um dilema: precisam realizar “trabalho extra” – não confundir com horas extras remuneradas – para ter acesso ao Adicional de Prestação Pecuniária Eventual (PPE), complemento essencial em meio aos mais baixos salários do funcionalismo municipal. A situação é ainda mais grave para os agentes que já possuem carga horária de 30h semanais, agora obrigados a trabalhar além de seu horário contratual para compensar a redução de jornada implementada para outros servidores.
Servidores denunciam que a Prefeitura vem usando esse mecanismo de forma coercitiva, criando uma relação de dependência que beira o assédio institucional.
O PPE, que deveria ser um adicional por atividades eventuais, transformou-se em prática sistemática para compensar os vencimentos defasados dos AAPs.
A diferença crucial é que:
– Não se trata de horas extras (com pagamento de adicional por hora trabalhada);
– É trabalho extra não remunerado por hora, mas que se torna obrigatório para receber o benefício;
– Os agentes de 30h, que já cumpriam jornada reduzida, agora precisam bancar a redução dos demais com horas adicionais não pagas;
– Quem não cumpre as exigências perde o adicional, crucial para fechar as contas no fim do mês.
“Estamos sendo punidos duas vezes: já tínhamos carga reduzida e agora temos que trabalhar mais para compensar a redução dos outros. É um absurdo”, desabafa um agente com jornada de 30h.
A chantagem velada da gestão
Relatos indicam que a coerção acontece de forma indireta, mas efetiva:
1. Pressão por disponibilidade total: Exigência de que todos os AAPs, inclusive os de 30h, estejam sempre “prontos” para atividades extras;
2. Seletividade na concessão do PPE: no formato adotado o “benefício” somente é liberado para quem “colabora” com as horas adicionais;
3. Assédio institucionalizado: Quem recusa fica marcado e pode sofrer retaliações indiretas, especialmente os agentes com carga já reduzida.
Prefeitura transfere ônus para servidores
Enquanto anuncia medidas de redução de jornada, a administração municipal impõe aos AAPs de 30h o trabalho extra não remunerado para compensar a diminuição da carga horária de outros servidores – uma distorção que penaliza duplamente quem já cumpria jornada reduzida.
O que está em jogo:
– Dupla penalização: Agentes de 30h obrigados a compensar redução alheia;
– Precarização mascarada: Uso de benefícios para mascarar salários indignos;
– Assédio estrutural: Sistema que pune quem não se submete;
– Farsa da valorização: Discurso público x prática exploratória.
“O que se pode entender é que transformaram os agentes de atendimento ao público de 30h em bodes expiatórios, obrigando-os a bancar com seu trabalho extra uma redução que nem sequer os beneficiou”, denuncia o vice-presidente do SINSERPU-JF, Weber Wagner.