Os servidores do CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial) estão indignados. Desde o início de 2020 eles vêm reivindicando coisas básicas (como uma jornada de trabalho mais justa) e não são ouvidos pela Administração Municipal. O tempo passa, e eles continuam adoecendo por conta da carga de trabalho desumana, agravada por condições de trabalho inadequadas. Agora, com o apoio do SINSERPU-JF, eles vão retomar o movimento iniciado no ano passado e querem de imediato, no mínimo, a abertura de diálogo.
Nesta quinta-feira (4 de novembro) um grupo de servidoras dos CAPS AD esteve reunido com dirigentes do SINSERPU-JF, e o que relataram é triste e impressionante: “Não estamos preocupados apenas com o nosso bem-estar, também com o das pessoas que atendemos, ou seja, nossa preocupação não é só pessoal”; “Lidamos com questões muito sérias, que envolvem drogas, violência, racismo, estigma e famílias em vulnerabilidade social. Essas questões são complexas e exigem muito envolvimento e investimento por parte do profissional”; “Por mais capacitado e preparado que seja, o profissional adoece, pois angustia a falta de resposta, e tecnicamente não há nada que impeça a revisão do horário de trabalho”; “A nossa entrega ao nosso ofício é tanta que às vezes quando chegamos para trabalhar a impressão que temos é que nem fomos em casa, que dormimos ali, no local de trabalho”.
Aos relatos se juntaram dados: desde 2018 nada menos que 24 trabalhadores tiveram que se licenciar por problemas de saúde mental. Um número assustador que se explica pelo círculo vicioso: “Cada servidor que se licencia aumenta a carga de trabalho dos que ficaram, a demanda só cresce, o que compromete a qualidade da assistência prestada e impacta o conjunto da sociedade” – por isso, é fundamental essa revisão da carga horária e a melhoria das condições de trabalho.
Há um dossiê completo sobre o tema (com custos, sugestões de escala de trabalho e um levantamento dos afastamentos por doença ocupacional), e a Administração Municipal tem plena consciência dos dados e das demandas dos servidores dos CAPS, já que uma reunião foi realizada com a equipe do atual Governo, ainda no período de transição. “Já passou da hora da Prefeitura agir. Os trabalhadores já esperaram tempo demais”, constatou o diretor administrativo do SINSERPU-JF, Amarildo Romanazzi. Críticas também ao Conselho Municipal de Saúde, que foi comunicado, em reunião, da situação e não tomou nenhuma atitude.
Agora, o Sindicato vai exigir uma reunião em caráter de urgência com a Administração Municipal. Se nada for feito, um movimento reivindicatório e de denúncias da situação será feito a partir do dia 17.
“O Sindicato mais uma vez ouve o clamor da categoria. Acreditamos no diálogo, mas há um limite. Do jeito que está não pode ficar”, afirmou o presidente do SINSERPU-JF, Francisco “Chiquinho” Carlos da Silva. Também participaram da reunião desta quinta-feira os diretores Deise Medeiros, Denise Medeiros e Joaquim Tavares.
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